segunda-feira, 17 de março de 2014

Colonização Da América Espanhola

COLONIZAÇÃO DA AMERICA ESPANHOLA




O Colonialismo da Espanha foi concomitante (silmutâneo) com o português, ambos os países dominaram o mundo durante séculos, estabelecendo suas colônias em várias regiões da África, América e do Oriente. A Espanha tornou-se um Estado Nacional após sua unificação em 1492, isso porque durante o século VIII, os muçulmanos invadiram a Península Ibérica e assim, estabeleceram uma moradia contendo seus hábitos e com sua religião. Assim a Reconquista da Península Ibérica em 1492 forneceu as condições necessárias para a unificação da Espanha que se tornava Estado Nacional.
Nesta mesma época, seu vizinho Ibérico (Portugal) já havia se constituído como Estado há muito tempo e desenvolvia um amplo domínio colonial pelo mundo. O que causou o poderio de Portugal foram as empreitadas nas grandes navegações, que valeu ao país muitas colônias ao longo do litoral africano e também no Oriente.
Durante os séculos XV e XVI, os europeus, principalmente portugueses e espanhóis, lançaram-se nos oceanos Pacífico, Índico e Atlântico com dois objetivos principais : descobrir uma nova rota marítima para as Índias e encontrar novas terras. Este período ficou conhecido como a Era das Grandes Navegações e Descobrimentos Marítimos.
Navegar nos séculos XV e XVI era uma tarefa muito arriscada naquela época, principalmente quando se tratava de mares desconhecidos. Era muito comum o medo gerado pela falta de conhecimento e pela imaginação das pessoas da época. Muitos acreditavam que o mar pudesse ser habitado por monstros, enquanto outros como a Igreja Católica tinham uma visão de que a terra seria como algo plano e, portanto, ao navegar para o "fim" a caravela poderia cair num grande abismo.
O pior ainda era chegar a terras desconhecidas: a fome, as doenças - principalmente o escorbuto e a sífilis -, as intrigas, a saudade de casa, chamada de modorra, (um tipo  de depressão profunda), as riquezas que não eram facilmente encontradas ou que ficavam nas mãos de poucos, levavam os espanhóis ao desespero.
Além disso, as novas terras eram habitadas por povos desconhecidos dos europeus que não estavam dispostos a se submeter ao controle espanhol, pois sequer compreendiam o que aqueles homens vindos do mar faziam ali.
Dentro deste contexto, planejar uma viagem era de extrema importância. Os europeus contavam com alguns instrumentos de navegação como, por exemplo: a bússola, o astrolábio e a balestilha. Estes dois últimos utilizavam a localização dos astros como pontos de referência.
Também era necessário utilizar um meio de transporte rápido e resistente. As caravelas cumpriam tais objetivos, embora ocorressem naufrágios e acidentes. As caravelas eram capazes de transportar grandes quantidades de mercadorias e homens. 
Assim, podemos observar que quando a Espanha se unificou, já com certo atraso, ela investiu imediatamente (igual a Portugal) nas grandes navegações.
Mas diferente do planejamento português, o projeto espanhol foi muito ousado para a época. Possuindo o objetivo de também chegar ao oriente igual a Portugal, a Espanha desenvolveu por meio de algumas teorias um trajeto inovador e surpreendente para se chegar às Índias, a viagem de  Circum-navegação (uma viagem marítima em torno de um lugar, que pode ser uma ilha, um continente ou toda a Terra).
Em 1498, comandando uma esquadra de caravelas, o navegador Vasco da Gama chegou as Índias, contornando o continente africano. Chegando à Calicute Vasco da Gama pôde desfrutar de todos os benefícios do comércio direto com o oriente. Ao retornar para Portugal, as caravelas portuguesas, carregadas de especiarias, renderam lucros fabulosos aos lusitanos. A partir deste momento, os comerciantes portugueses passaram a comercializar as especiarias na Europa, obtendo altos lucros. Com este comércio, Portugal tornou-se uma das potências econômicas da época.
Enquanto os portugueses navegaram para as Índias contornando a África, os espanhóis optaram por um outro caminho. O genovês Cristóvão Colombo, financiado pela Espanha, pretendia chegar às Índias, apostando que seria possível alcançar o Oriente navegando em sentido ao Ocidente. Então em 1492, as caravelas espanholas, Santa Maria, Pinta e Niña partiram rumo ao oriente navegando pelo Oceano Atlântico. Colombo tinha o conhecimento de que nosso planeta era redondo, porém desconhecia a existência do continente americano.
Chegou em 12 de outubro de 1492 nas ilhas da América Central, sem saber que tinha atingido um novo continente. Foi somente anos mais tarde que o navegador Américo Vespúcio identificou aquelas terras como sendo um continente ainda não conhecido dos europeus. Em 1492, ano da própria descoberta da América, foi estabelecida a primeira colônia permanente na ilha de Hispaniola atual Santo Domingo, por Cristóvão Colombo. Acreditando ter chegado ao Oriente, Colombo chamou os nativos com que teve contato de índios.
Assim, ao chegarem ao novo mundo os espanhóis começaram imediatamente a colonização do que é a América, logo começaram suas buscas por especiarias e especialmente ouro e prata
Como Portugal, não foi somente no continente americano a Espanha esteve presente também na África (Ilhas Canárias e Saara Ocidental), na Ásia (Filipinas) e até na Oceania (Ilhas Marianas e Carolinas).
A Espanha era uma metrópole mercantilista, isto quer dizer que, as colônias só serviam para serem exploradas. A colonização só teria sentido se as colônias pudessem fornecer produtos lucrativos. Desta forma a maioria das colônias espanholas (e também portuguesas) foram colônias de exploração, que dependiam das regras impostas pela metrópole.
O fator mais importante pela colonização espanhola na América foi a mineração. A base da economia espanhola eram as riquezas que provinham, especialmente da Bolívia, a prata e também o ouro de outras colônias. Foi esta atividade, a mineração, a responsável pelo crescimento de outras que eram ligadas, como, a agricultura e a criação de gado necessários para o consumo de quem trabalhava nas minas.
Quando a mineração decaiu, a pecuária e a agricultura, passaram a ser as atividades básicas da América Espanhola.
As novas terras despertaram especial atenção de Portugal, que, segundo documentos históricos, tinham conhecimento das mesmas, mas não haviam promovido a colonização, Isso porque após as primeiras expedições, os enviados da Coroa Portuguesa perceberam que não seria possível obter aqui lucros fáceis e imediatos, pois não encontraram, de inicio, as desejadas jazidas de ouro, embora houvesse no litoral grande quantidade de pau-brasil, o lucro gerado pela exploração dessa madeira ainda seria menor do que o então vantajoso comercio de produtos africanos e asiáticos.
Como Portugal e Espanha se tornaram os dois grandes impérios coloniais do mundo naquele momento, foi assinado um tratado, Tratado de Tordesilhas. Para estabelecer os domínios no Atlântico foi necessária uma longa batalha diplomática entre Espanha e Portugal.
No tratado de Tordesilhas o papa expediu, em maio de 1493, a Bula Inter Coetera, que reconhecida ao reino de Castela o domínio sobre todas as terras que se encontrassem a oeste de um meridiano localizado a 100 léguas a oeste das ilhas de Açores e Cabo Verde.
Portugal, sentindo-se prejudicado, não aceitou a bula papal e exigiu uma negociação direta. O resultado foi o Tratado de Tordesilhas, assinado em 1494, em que segundo o tratado, terras e mares encontrados ou por encontrar (desde que não pertencentes a nenhum rei cristão) seriam divididos entre Espanha e Portugal. O meridiano que passa a 370 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde foi tomado como linha divisória. As terras localizadas a leste pertenciam a Portugal. As restantes seriam da Espanha.
Para os portugueses, o tratado era altamente positivo, pois lhes assegurava a posse do litoral atlântico da África, região que já vinham explorando.
Com os metais preciosos encontrados no novo continente, a Espanha tornar-se a nação mais rica da Europa. Por isso na história espanhola o século XVI ficou conhecido como "o século de ouro".
A Espanha ficou com a quase totalidade do continente americano, Portugal recebeu, pelo tratado, apenas uma parcela do Brasil. Para felicidade dos espanhóis, logo encontraram ouro e prata, que estavam escassos na Europa. Já para a infelicidade dos Portugueses, o ouro no Brasil só deu lucro durante no século XVIII.
A exploração das minas de metais preciosos na América deixava o comércio de especiarias dos espanhóis em segundo plano e por isso desenvolveram uma colonização bem distinta na América do modo como foi a portuguesa. Os espanhóis realizaram expedições de reconhecimento nas novas terras e ao encontrarem povos nativos subjugaram indígenas. Os espanhóis promoveram um verdadeiro genocídio aos nativos na América por conta da busca pelos metais preciosos.
Os espanhóis realizaram expedições de reconhecimento nas novas terras e ao encontrarem povos nativos subjungaram indígenas e destruíram grandes sociedades. Foi assim com os Incas, Maias e Astecas que já estavam em declínio mas ainda assim ofereceram grande resistência aos dominadores.
1. Maias. Os maias ocuparam uma região da América Central e parte o atual México. Entre os séculos XIII e XVI, furacões e epidemias, a crise da agricultura e a fragmentação política teriam provocado o declínio econômico e militar dos maias, facilitando o domínio pelos conquistadores espanhóis, comandados por Hernán Cortez.
2. Astecas. No império asteca (região do atual México), viviam milhões de habitantes de uma civilização que atingiu o apogeu político, econômico e militar justamente na época em que os espanhóis chegaram ao continente. Em 1519, o espanhol Hernán Cortez liderou uma expedição militar para submeter os astecas ao seu domínio. Os espanhóis comandaram um dos maiores genocídios de que se tem notícia na história.
3. Incas. Entre os séculos XIII e XV, os incas ergueram o mais extenso império da América antes de Colombo, que tinha como eixo a cordilheira dos Andes (Chile, Peru, Bolívia e partes de outros países).No início da década de 1530, sob o comando de Francisco Pizarro, os espanhóis submeteram os incas ao seu domínio, a exemplo do que aconteceu com os astecas.
.Apesar de muitas pessoas atribuírem a derrota dessas civilizações às suas profecias religiosas e à presença de cavalos e armas de fogo do lado espanhol, hoje sabe-se que o fator responsável pela morte desta população nativa foram as Guerra Biológica. Os indígenas não tinham anticorpos para combaterem os vírus e bactérias trazidos pelos europeus e muitos morriam de doenças consideradas simples mas que no organismo deles era letal.
Como os povos nativos representavam um impecílio na busca por metais preciosos, os espanhóis consolidavam alianças com muitos deles para conseguir derrotar seus rivais. Eles também costumavam estudar a cultura e os costumes desses povos para garantir a vitórias nas batalhas.

ESCRAVIZAÇÃO DO ÍNDIO:

O Trabalho dos Nativos: Quando Colombo avistou os nativos da America, chamou os habitantes de índios nome que persistiu até hoje, os espanhóis forçavam  estes a trabalhar nas minas de ouro, e de prata e na agricultura.
Os índios deveriam trabalhar nas minas e nas plantações, que eram chamadas de haciendas, em troca de proteção e da catequização imposta, segundo a crença espanhola, como uma forma de benefício para salvar suas almas.
A exploração dava-se de forma rudimentar trazendo grande destruição das matas. Os traficantes exploravam dos índios, eles cortavam a madeira e a levavam até os navios em troca de peças de tecido, roupas, conchas coloridas, canivetes, facas e raramente serras e machados.
O trabalho que os índios realizavam era excessivo e não permitia que os índios pudessem manter as suas roças. A exploração do trabalho, levou os indígenas à exaustão e à fome.
Em pouco tempo generalizou-se a escravidão dos índios, eles resistiam mas, apesar de superioridade numérica, eram derrotados pela superioridade das armas de fogo dos colonizadores.
Depois de algum tempo, uma carta regida autorizava a escravidão de índios presos em guerras justas, isto é, iniciadas pelos índios ou promovida contra tribos que negassem a submeter-se aos colonos. Legalizavam a escravidão dos índios sob pretexto de defende-los.


A ENCOMIENDA:

Outra forma de trabalho compulsória era que certa quantidade de indígenas eram entregues a um colono espanhol para quem deveria trabalhar em troca de assistência material e religiosa. Este processo acabou em 1549 com a interferência de pessoas ligadas a igreja que denunciaram a mesma em defesa dos nativos
Na impossibilidade de contar em grande escala com o trabalho indígena no século XV começou a escravidão negra.
MITA:

Processo no qual os espanhóis invadiam tribos indígenas e ofereciam aos nativos proteção em troca de sua mão-de-obra;

IGREJA CATÓLICA:

 A Igreja Católica Romana desempenhou uma importante influência na colonização da América. Havia muitas catedrais católicas que foram construídas nas diversas regiões da América Latina. Os objetivos da própria Companhia de Jesus, em sua criação, eram a expansão da fé (e da ideologia) cristã através da catequização e doutrinação religiosa dos nativos. O cumprimento de tais objetivos acarretava na expansão dos domínios da igreja pelas colônias, além de facilitar as relações de dominação entre o povo católico colonizador e o povo “gentio” colonizado.

Os vice-reinos e as capitanias gerais da América:

A administração da colônia era realizada por vice-reinados, com seus respectivos vice-reis que seguiam ordens do rei da Espanha, e capitanias gerais.
É importante sabermos que a América Espanhola, é caracterizada por uma descentralização administrativa, que se subdivide em quatro vice-reinos. Vejamos cada um deles:
Nova Espanha: esse vice-reino foi criado no ano de 1535, estando assim incluído o México, parte da América central e o oeste dos Estados Unidos.
Peru: esse vice-reino foi criado no ano de 1543 e foi formado pelo novo Peru e por parte da Bolívia.
- Nova Granada: esse vice-reino foi criado no ano de 1717 e foi formado por novos territórios da Colômbia, Equador e Panamá.
Rio da Prata: esse vice-reino foi criado no ano de 1776 e foi formado por novos territórios do Paraguai, parte do Peru e da Bolívia, Uruguai e Argentina.
Os Vice-Reis eram nomeados pelo Conselho das Índias e possuíam amplos poderes, apesar de estarem sujeitos à fiscalização das Audiências.
Já às capitanias gerais, podemos dizer que eram compostas por quatro: Vejamos:
• Cuba;
• Venezuela;
• Chile;
• Guatemala.
Estrutura Administrativa:

Conselho das Índias: Ligado diretamente ao rei, ficava encarregado da administração geral das colônias. Tinha jurisdição completa (civil, militar, financeira, comercial, eclesiástica) sobre as terras americanas, e estava subordinado exclusivamente à coroa espanhola.
Casa de Contratação: Para controlar as riquezas produzidas e a cobrança dos impostos foi criada na metrópole a Casa de Contratação. Nelas, o “sistema de porto único” era dotado para evitar o contrabando comercial. (encarregada da fiscalização, da regulamentação do comércio e da cobrança dos tributos).
Poder local: Exercido pelos Cabildos e Câmaras Municipais. Eles tinham o objetivo de se responsalibilizar pela política e pela administração na sua área de ação, cabendo assim a eleição dos alcaides, ou seja, a maior autoridade política do local.

A sociedade colonial da América Espanhola:

Existiam algumas diferenças que marcaram a estrutura social da América Espanhola, desta forma a sociedade era fortemente estatizada com cinco classes principais. São elas:
Chapetones ou guachupine: Homens nascidos na Espanha que cobravam impostos. Estes eram espanhóis brancos, nascidos na metrópole, e que vinham para a América, atuar-nos mais altos cargos burocráticos da administração.Eram muito respeitados e até mesmo obedecidos por todos os outros.
·Crioulos: Espanhóis brancos nascidos na América que possuíam minas e fazendas,faziam parte da elite econômica local, eram proibidos de tomar o poder dos cargos superiores no interior da administração. Eram respeitados por terem grande poder aquisitivo.
Mestiços: eram descendentes da mistura entre espanhóis e indígenas e trabalhavam pesado nas minas e nas fazendas.
Índios: nativos que eram subjugados e escravizados contra a lei (através da mita* e da encomienda).
Escravos negros: africanos trazidos como escravos para exercer várias atividades econômicas e para serem usados em regiões onde não haviam nativos.

AMÉRICA ESPANHOLA - MERCANTILISMO E PACTO COLONIAL:

Para garantir total controle sobre a riqueza produzida na América, o governo espanhol decidiu regulamentar as atividades econômicas e estabelecer as regras do sistema colonial. O principal objetivo da colonização era estabelecer uma balança comercial favorável ao país europeu. Em geral, produziam-se na colônia bens que podiam ser comercializados com grandes margem de lucro pelas metrópoles. Desse  modo, a economia das colônias deveria funcionar de forma complementar á da metrópole. Esse princípio era central no mercantilismo: As colônias deviam ainda consumir as mercadorias produzidas na metrópole, em geral produtos manufaturados. Ao mesmo tempo, o comercio das colônias só podia ser feito por intermédio de comerciantes autorizados pela metrópole. Essa orientação de política econômica ficou conhecida como pacto colonial. Os principais produtos levados da América para a metrópole espanhola eram metais preciosos (ouro e principalmente a prata), além de corantes, pérola, peles e fumo. Da Espanha, os navios traziam para as colônias grãos, vinho, azeite e produtos manufaturados, estes em geral importados de outras regiões da Europa.

A TRIBUTAÇÃO E O COMÉRCIO COLONIAL:

A Espanha cobrou alguns atributos na América, vejamos:
- cobrou o almojarifazgo, que era considerado um imposto em cima do comércio interno e externo, através da via marítima.
- cobrou o quinto, que era cobrado em cima da extração mineral.
- cobrou a alcavala, que ocorre tanto em cima dos índios (adultos), acostumados com o trabalho, como em cima da circulação de produtos.
- cobrou a averia, pela proteção dos galeões, que geravam o comércio entre a América e a Espanha.

EMANCIPAÇÃO DA COLÔNIA ESPANHOLA:

Por mais de 300 anos as terras colônias na América ficaram sob domínio dos espanhóis. Durante esse longo período foi desenvolvido um modelo de colonização predatória, pautada pelo “Pacto Colonial”, que impedia o desenvolvimento econômico colonial. Contudo, no início do século XIX as colônias espanholas vão conquistando sua independência.
Durante séculos a metrópole Espanha poderia vender mercadorias e comprar matérias-primas somente de sua colônia. Assim, a prática do monopólio comercial não beneficiava os ingleses e o avanço da Revolução Industrial, na medida em que proibiam as relações comerciais, onerava os produtos e impedia a circulação das mercadorias industrializadas na Inglaterra. Isso explica o interesse da Inglaterra na independência das colônias espanholas, ou seja, o fim do pacto colonial iria trazer novos consumidores e desenvolveria a revolução industrial.

Na colonização da América espanhola se desenvolveu uma hierarquia social baseada em critérios étnicos e geográficos. Nessa hierarquia, os espanhóis, chamados de chapetones ocupavam as principais funções e cargos político-administrativos da colônia. Abaixo dos chapetones estavam os criollos, que eram os descendentes de espanhóis nascidos na América, e que apesar serem europeus de raça e cultura e formarem uma elite local de grandes proprietários e comerciantes, eram considerados inferiores, por não serem verdadeiros europeus e por isso não ocupavam altos cargos da administração colonial.

E bom lembrar que foram os criollos que mantiveram o  “Pacto Colonial”, contudo, o seu gradativo fortalecimento enquanto uma elite local rica e poderosa, além da rivalidade em relação aos chapetones fez com que os criollos apoiassem a idéia de acabar com a relação Espanhola. .

Mesmo sendo proibidos na colônia, os escritos dos iluministas alcançaram um grande público na América espanhola, em especial os princípios acerca da liberdade econômica e individual. Ao mesmo tempo, a independência dos EUA serviu como exemplo para o processo de emancipação da América espanhola.


 A expansão de Napoleão mudou as relações de poder na Europa. A não aceitação por parte da Espanha em relação ao Bloqueio Continental, fez com que as tropas francesas invadissem a península ibérica. Em 1807 o rei da Espanha, Fernando VII é deposto e José Bonaparte, irmão de Napoleão assume o trono espanhol. Com as turbulências na Europa, o domínio espanhol no continente americano ficou desestruturado.

Sem a intensa dominação da metrópole, os colonos (peninsulares e criollos) trataram de se organizar em Juntas Governamentais, órgãos que adotavam posições autonomistas e tendiam a praticar o autogoverno. Quando as autoridades da Espanha tentam controlar os ânimos emancipatórios dos colonos serão exatamente as Juntas que vão depor as autoridades metropolitanas e declarar total rejeição ao domínio espanhol.
Assim Também como o Império Português, os espanhóis não foram capazes de resistir ao processe de independência das colônias americanas ao longo do século XIX e as investidas de novas potências européias na África e Ásia. O século XX colocou fim ao Colonialismo Espanhol.


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